Existem vários tipos de tumores malignos que se podem desenvolver nos ossos, alguns primários e outros que correspondem a focos secundários ou metástases de cancros provenientes de outros sectores do organismo.
Tipos
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Existem dois tipos de tumores malignos dos ossos: os primários, ou seja, os que são originados a partir dos próprios componentes dos ossos; e os secundários, ou seja, os provocados pela disseminação à distância de algum cancro situado noutro órgão. Estes tumores secundários, denominados metástases, são em conjunto mais frequentes nos ossos e afectam predominantemente as pessoas com mais de 45 anos, podendo ter o seu foco primitivo em vários órgãos, sobretudo na mama, na próstata, no pulmão, na tiróide e no rim. Os tumores ósseos malignos primitivos, que conjuntamente constituem cerca de 1% de todos os cancros do organismo, podem ser classificados em vários tipos, de acordo com as células a partir das quais se desenvolvem.
O
sarcoma osteogénico é o cancro do osso mais frequente e agressivo. Costuma surgir entre os 10 e os 20 anos de idade, normalmente em ossos longos, como o fémur ou a tíbia. Embora não exista, na maioria dos casos, qualquer antecedente que explique o seu desenvolvimento, por vezes, é provocado por um traumatismo ou como complicação da doença de Paget.
O
sarcoma de Ewing é um tumor maligno constituído por células muito diferentes, destacando-se pela sua agressividade. Costuma manifestar-se entre os 5 e os 15 anos de idade, afectando por ordem de frequência o fémur, a tíbia, o úmero, o perónio, a omoplata, o crânio, as costelas e a bacia. Embora se trate de um tumor solitário, por vezes, é possível que se desenvolvam vários tumores.
O
condrossarcoma é um tumor maligno originado na cartilagem do osso, sendo menos agressivo do que os anteriores. Costuma surgir entre os 30 e os 60 anos de idade, ocasionalmente provocado pela evolução maligna de um tumor benigno e costuma localizar-se, por ordem de frequência, na bacia, nas omoplatas, nas costelas e nos ossos longos, como o fémur ou a tíbia.
O
fibrossarcoma é um tumor maligno originado nas células do tecido conjuntivo do osso e costuma evidenciar-se ao longo dos primeiros vinte anos de vida, embora também se possa manifestar nos idosos, sobretudo como complicação da doença de Paget. Normalmente, localiza-se nos ossos longos, nomeadamente no fémur e na tíbia.
O
mieloma é um tumor maligno formado por células originadas nos glóbulos brancos da medula óssea, sendo o tipo de cancro do osso mais frequente entre os idosos, pois costuma manifestar-se a partir dos 40 anos. Dado que as suas repercussões são muito específicas.
Manifestações e evolução
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O sintoma inicial do cancro nos ossos costuma corresponder a uma dor mais ou menos localizada ou difusa, de intensidade variável consoante os casos, embora seja geralmente uma dor constante, que muitas vezes impossibilita o movimento.
Caso o tumor seja superficial, costuma provocar uma dilatação perceptível como uma tumefacção por baixo da pele, que se torna densa, brilhante e fina nessa zona. Por vezes, como acontece no caso de sarcoma de Ewing, as primeiras manifestações do tumor correspondem a uma série de sinais e sintomas inespecíficos, tais como febre, fadiga, cansaço, falta de apetite e mal-estar, que por vezes desaparecem durante um determinado período de tempo, após o qual voltam a manifestar-se. Por outro lado, quando o tumor ao longo do seu crescimento invade o osso cortical, debilitando-o, costuma provocar uma especial predisposição para as fracturas, em alguns casos provocadas por traumatismos mínimos ou até mesmo espontaneamente. Caso não sejam detectados ou tratados a tempo, os tumores malignos têm tendência para invadir os tecidos adjacentes, com a consequente manifestação de sinais e sintomas, assim como para se disseminarem à distância através da circulação linfática e sanguínea, levando à formação de tumores secundários ou metástases em órgãos mais ou menos afastados, nomeadamente nos pulmões e no cérebro. Nas fases mais avançadas, a evolução é semelhante à de todos os cancros, com uma deterioração do estado geral que conduz inevitavelmente à morte.
Tratamento
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O tratamento depende do tipo de tumor, da sua extensão, da existência de metástases noutros órgãos e da idade e estado físico do paciente. As principais formas de tratamento, que podem ser combinadas entre si de acordo com as especificidades de cada caso, são a cirurgia, a radioterapia (aplicação de radiações) e a quimioterapia (administração de medicamentos citostáticos).
Sempre que seja possível, deve-se tentar extrair o foco do tumor e os tecidos adjacentes, para se ter uma certa margem de segurança. Por vezes, caso o tumor seja muito agressivo ou volumoso, pode ser necessário recorrer à amputação.
Informações adicionais
Caso os cancros dos ossos não sejam oportunamente detectados
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e tratados, o seu prognóstico não costuma ser muito favorável. Contudo, quando o tumor é diagnosticado antes de metastizar, a instituição precoce do tratamento adequado melhora o prognóstico e aumenta a sobrevivência. De qualquer forma, o prognóstico depende, sobretudo, da natureza do tumor e da sua facilidade de disseminação, que ocasionalmente ocorre em etapas muito precoces.
• Perante um sarcoma osteogénico, que se caracteriza pela sua agressividade, apenas se consegue obter a sobrevivência do paciente através de um tratamento efectuado ao longo das primeiras fases de evolução, quando as metástases ainda não foram produzidas, ou através do recurso à sua amputação.
• Em caso de sarcoma de Ewing, também extremamente agressivo, embora seja possível obter-se a sobrevivência do paciente durante alguns anos com o tratamento precoce, o diagnóstico é menos favorável quando apenas é detectado após um determinado tempo de evolução.
• Como o condrossarcoma é menos agressivo do que os anteriores e costuma levar alguns anos a provocar metástases, o seu tratamento em fases precoces proporciona, na maioria dos casos, a obtenção da sobrevivência do paciente.
• Dado que o fibrossarcoma também costuma levar alguns anos a originar metástases, o seu prematuro tratamento aumenta as possibilidades de sobrevivência do paciente.