Doença muito comum entre os idosos, que se caracteriza por uma diminuição da densidade do tecido ósseo, o que propicia fracturas devido à exagerada fragilidade dos ossos.
Causas e tipos
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Como são constituídos por componentes que se renovam de maneira constante ao longo de toda a vida, os ossos apresentam inúmeros focos onde a formação e a destruição do tecido ósseo se vão alternando ciclicamente. De facto, embora a formação de tecido ósseo predomine durante a época de crescimento, a formação e a destruição acabam por ficar, ao fim de alguns anos, ao mesmo nível, enquanto que a partir dos 30 anos a destruição começa a predominar sobre a formação, o que favorece uma progressiva redução da massa óssea. No entanto, embora se calcule que entre o fim da idade adulta e a velhice se perde cerca de 20% do total da massa óssea, em condições normais, tal facto não provoca graves prejuízos, pois os ossos continuam a ser suficientemente resistentes até idades muito avançadas.A osteoporose caracteriza-se por uma perda da massa óssea superior e mais acelerada do que o normal, devido a uma série de circunstâncias que propiciam uma diminuição da formação do tecido ósseo ou um aumento da sua destruição. Dado que o metabolismo do osso é controlado por vários factores, nomeadamente a influência de várias hormonas, a origem da osteoporose pode ser variada.
Osteoporose primária ou
idiopática. Esta forma de osteoporose, que representa 95% dos casos, depende de inúmeros factores, sendo estes genéticos, constitucionais e essencialmente hormonais, que favorecem a perda de massa óssea a partir da idade adulta. Após a menopausa, as mulheres ficam muito mais sensíveis do que os homens a esta forma de osteoporose, devido ao défice de estrogénios, visto que estas hormonas são essenciais para a manutenção da massa óssea, neste caso designada
osteoporose pós-menopáusica.
Osteoporose secundária. Existem inúmeras circunstâncias e doenças que, por vários mecanismos, podem provocar uma perda exagerada de massa óssea: imobilização prolongada, insuficiente consumo de cálcio, carências vitamínicas, alcoolismo, diabetes, hipertiroidismo, hipogonadismo, síndrome de Cushing, insuficiência renal crónica, cirrose hepática, tratamento prolongado com corticóides, etc.
Manifestações
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A progressiva redução da massa óssea não costuma provocar qualquer manifestação durante muitos anos e só se evidencia quando os ossos começam a perder a sua dureza característica, surgindo deformações e dores ósseas, diminuição da altura, fracturas provocadas por pequenos traumatismos ou até fracturas espontâneas. A osteoporose pode ser diagnosticada casualmente através da realização de uma osteodensitometria ou densitometria óssea, com o objectivo de se iniciar um tratamento precoce que procure evitar as complicações.À medida que a redução da massa óssea se vai tornando mais significativa, os ossos vão perdendo a sua resistência, o que propicia a sua fractura mesmo perante traumatismos pouco intensos ou movimentos bruscos, de maneira espontânea consoante o peso do próprio corpo. Entre as fracturas mais comuns provocadas pela osteoporose destacam-se as do manúbrio, as do colo do fémur (anca) e as do úmero.Outra complicação característica da osteoporose é o esmagamento das vértebras, normalmente acompanhado por dores crónicas de intensidade variável nas costas, o que com o passar dos anos pode conduzir a uma redução do comprimento da coluna e à consequente diminuição da altura.
Tratamento
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O principal tratamento da osteoporose passa pelo aumento da massa óssea ou pela redução da sua perda. Caso o problema corresponda a uma osteoporose secundária a outra doença, o tratamento deve procurar a correcção da doença causadora, o que geralmente proporciona melhorias. Em caso de osteoporose primária, o tratamento é mais complicado, apesar de actualmente existirem inúmeros recursos para melhorar a situação das pessoas afectadas. A osteoporose primária ou idiopática pode ser tratada de várias formas. A primeira consiste em modificar o estilo de vida. Como já foi referido, é necessária uma alimentação rica em cálcio, privilegiando lacticínios e vegetais de folha verde escura. Deve-se evitar o tabaco, o café e os refrigerantes, pois aceleram o pro-cesso de reabsorção óssea. Outra medida importante é o combate ao sedentarismo, através da prática regular de exercício físico, de preferência ao ar livre para garantir uma exposição solar adequada. É muito importante, sobretudo para os idosos, utilizar calçado adequado e auxiliares da marcha sempre que necessário, colocar apoios nas instalações sanitárias para facilitar a entrada e saída da banheira, eliminar obstáculos, cabos, tapetes, pavimentos molhados ou outros factores que possam provocar quedas. No que diz respeito à terapêutica farmacológica, esta deve ser adaptada a cada paciente. Actualmente, existem várias possibilidades de tratamento que, conforme os casos, podem ser utilizadas isoladamente ou em associação. Incluem o cálcio, a vitamina D, a calcitonina, os bifosfonatos e os moduladores selectivos dos receptores de estrogénio. Alguns autores advogam ainda o recurso à terapêutica de substituição hormonal nas mulheres pós-menopáusicas, embora ainda haja alguma controvérsia relativamente a esse assunto.
Informações adicionais
Prevenção
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Tendo em conta que a perda de massa óssea ocorrida de forma natural durante o envelhecimento não pode ser evitada, é importante que se respeitem determinadas normas que podem aumentar a formação do osso ao longo das primeiras décadas de vida, o que diminui consequentemente a sua posterior perda.
• Alimentação. As refeições devem, ao longo de toda a vida, até mesmo desde a infância, incluir os elementos de que o organismo necessita para a formação do osso, nomeadamente o cálcio, o fósforo e as proteínas. Na verdade, os lacticínios constituem uma excelente fonte de cálcio e devem estar sempre presentes na alimentação. Por outro lado, como a obesidade provoca uma carga excessiva para os ossos, é igualmente importante que se combata o excesso de peso através das adequadas medidas dietéticas indicadas por um especialista em nutrição.
• Exposição ao sol. A moderada exposição ao sol é considerada um recurso natural muito eficaz para se dispor de uma adequada quantidade de vitamina D, uma substância que participa no metabolismo ósseo.
• Exercício físico. Ao contrário do sedentarismo, que contribui para a deterioração do osso, a actividade física estimula a formação deste. É, portanto, extremamente útil fazer exercício físico, durante toda a vida, tendo em conta que qualquer actividade física é considerada benéfica. Para os idosos é aconselhável a realização de actividades em que não exista o risco de fracturas, como andar a pé e praticar natação.
A densitometria óssea
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A osteoporose apenas provoca manifestações clínicas ou é perceptível nas radiografias, quando a perda da massa óssea é de tal modo significativa que só em casos muito raros é que o tratamento pode devolver ao osso a sua resistência. É preciso referir que as radiografias comuns, por exemplo, apenas evidenciam a osteoporose quando o osso já perdeu cerca de 30% da massa óssea, o que justifica o facto de actualmente se fazer, nos grupos de risco, o rastreio da osteoporose recorrendo a um meio auxiliar de diagnóstico denominado densitometria óssea, de modo a detectar prematuramente a perda da massa óssea. Esta técnica, da qual existem vários tipos, baseia-se na aplicação de um feixe radioactivo de baixa intensidade sobre um determinado sector do corpo para posteriormente medir o grau em que o feixe foi absorvido pelos tecidos em função da sua densidade. Desta forma, é possível determinar com bastante precisão a densidade do tecido ósseo e determinar se é necessário ou não instituir alguma terapêutica.