Inalação de substâncias

Causas

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Nas últimas décadas, tem-se assistido à rápida difusão do hábito de inalar substâncias voláteis de efeitos tóxicos, geralmente por crianças e adolescentes entre os 9 e os 16 anos de idade pertencentes a sectores sociais marginalizados, com ambientes sociais problemáticos e com uma relação muito próxima com o álcool ou a heroína. Estas substâncias voláteis estão presentes em produtos de fácil acesso como colas, vernizes, tintas sintéticas, tira-nódoas e aerossóis. Estas crianças e jovens, como não se sentem integrados na sociedade e não têm grandes perspectivas de futuro, vêem no consumo de drogas, que eles mesmos podem adquirir em virtude do seu preço e acessibilidade, a melhor forma de fugirem a esta realidade.

Efeitos

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Após serem inaladas, estas substâncias tóxicas voláteis entram rapidamente na circulação sanguínea, produzindo um efeito tóxico sobre o sistema nervoso central semelhante ao do álcool, embora de reduzida duração. Caso as doses inaladas sejam reduzidas, estas substâncias provocam um estado de euforia e embriaguez e uma dificuldade mais ou menos evidente na percepção da realidade. Por outro lado, caso as doses inaladas sejam elevadas, produzem graves alterações da personalidade e reacções agressivas, além de poderem provocar lesões cerebrais irreversíveis, estado de coma e a morte devido a uma paragem cardiorrespiratória.

Todos estes efeitos são muito mais perigosos quando os jovens colocam um saco de plástico em torno da cabeça enquanto inalam, para que as substâncias tóxicas voláteis não se dispersem, correndo o risco de asfixia.

Dependência

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Embora a inalação deste tipo de substâncias não provoque dependência física, nem síndrome de abstinência, dá origem a uma evidente dependência psíquica e a uma rápida tolerância, o que faz com que as crianças e jovens comecem a ficar dependentes, necessitando, desde o início, de doses progressivamente mais elevadas para conseguir os efeitos desejados. Todavia, esta rápida tolerância pode levá-los a consumir drogas mais perigosas, já que quanto maiores forem as doses inaladas, maior será o risco de uma grave intoxicação aguda.

Por outro lado, como estas substâncias voláteis provocam várias lesões nos pulmões, no sangue, no coração e no fígado, a dependência do seu consumo provoca bastantes problemas, por vezes irreversíveis, nestes órgãos e tecidos.

Como a maioria das crianças e jovens com este hábito acabam por ficar dependentes de outras drogas, sobretudo álcool e heroína, o tratamento requer três fases: a primeira de desintoxicação, segunda de perda do hábito e a terceira que consiste na reintegração do jovem na sociedade.