Drogas e dependência

As drogas são substâncias tóxicas que actuam sobre o sistema nervoso central, com a capacidade de provocar dependência.

Drogas

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As drogas são substâncias com capacidade de alterar as funções intelectuais e provocar dependência, sendo denominadas substâncias psicoactivas ou estupefacientes todas aquelas cujo consumo provoca efeitos sobre o sistema nervoso central. Estes efeitos tanto podem ser estimulantes, como acontece no caso das anfetaminas e da cocaína, como inibidores, no caso do álcool, heroína ou dos medicamentos tranquilizadores, ou perturbadores, ou seja, com a capacidade para alterar as percepções, como acontece com os alucinogénios.

Embora existam inúmeras substâncias psicoactivas bastante utilizadas em determinados tratamentos, todas elas se caracterizam por serem potencialmente tóxicas e pela sua propriedade intrínseca de serem capazes de provocar um estado de dependência, o que justifica o facto de todas as substâncias psicoactivas, independentemente de serem ou não medicamentos, poderem ser consideradas como potenciais drogas. O efeito tóxico das drogas, que tanto pode afectar o sistema nervoso central como outros órgãos e tecidos, pode provocar uma intoxicação aguda ou crónica. A intoxicação aguda ocorre quando a dose administrada supera um determinado limite, como acontece, por exemplo, com o estado de embriaguez.

A intoxicação crónica costuma ser provocada por um consumo regular e excessivo de uma droga durante um determinado período de tempo.

Por seu lado, a propriedade intrínseca destas substâncias em provocar dependência, o que constitui provavelmente o aspecto mais definidor do conceito de droga, deve-se às suas características químicas. Em algumas drogas, como a heroína e a cocaína, esta capacidade é muito evidente, pois o seu regular consumo conduz a uma rápida dependência. Noutras substâncias, como o álcool, é menos intensa, apenas provocando dependência, se o seu consumo for prolongado e constante.

Dependência

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A toxicodependência pode ser definida como o consumo repetido, permanente e compulsivo de uma droga.

Embora o fenómeno da dependência das drogas compreenda quatro componentes ou manifestações bem distintas, como a dependência psíquica, a dependência física, a síndrome de abstinência e a tolerância, a sua presença e intensidade variam de acordo com a substância que as provoca e o grau de dependência.

Dependência psíquica. A dependência psíquica pode ser definida como um desejo compulsivo de estar e manter-se sob o efeito de uma determinada droga e costuma manifestar-se através de um estado de agitação e ansiedade provocado pela ausência dos efeitos. Embora a dependência psíquica seja uma componente constante da dependência, a rapidez com que se desenvolve varia consoante as características químicas das drogas e os aspectos psicológicos e socioculturais do indivíduo que as consome. No entanto, a dependência psíquica de drogas como a heroína, a cocaína ou determinados medicamentos com efeito tranquilizante é muito mais rápida do que a provocada pelo álcool ou pela marijuana.

Dependência física. Como as drogas alteram e desequilibram o funcionamento orgânico, o seu excesso e repetido consumo costuma provocar uma dependência física, ou seja, para se adaptar e poder funcionar de forma adequada, o organismo é obrigado a desenvolver uma série de mecanismos, fazendo com que o organismo não consiga funcionar correctamente sem o consumo da droga, depois de se estabelecer a dependência física.

Síndrome de abstinência. Designa o conjunto de problemas provocado quando um indivíduo dependente de uma droga interrompe a sua administração. No caso de algumas drogas, como os derivados do cânhamo ou os alucinogénios, esta síndrome é muito pouco evidente ou praticamente inexistente. Por outro lado, no caso de outras drogas, como o álcool e a heroína, a síndrome pode ser muito grave. Na maioria dos casos, quanto maior for a dependência física, mais intensa será a síndrome de abstinência.

Tolerância. A tolerância é um fenómeno através do qual um indivíduo dependente de uma droga necessita de doses cada vez mais significativas para conseguir os efeitos desejados. Este fenómeno, semelhante ao da dependência física, é provocado pela progressiva adaptação do organismo à droga. É preciso referir que a tolerância tem um limite, já que a denominada "dose letal" (overdose), ou seja, a dose de uma droga que provoca a morte do indivíduo, não é necessariamente superior para os dependentes do que para a população em geral.

Causas

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A toxicodependência é um fenómeno provocado por circunstâncias de índole social, cultural e psicológica e por factores relacionados com as próprias drogas.

Entre as circunstâncias do tipo sociocultural que favorecem o consumo de drogas, destaca-se a facilidade da oferta e a publicidade das denominadas drogas legais - como o álcool e o tabaco -, que nos últimos tempos têm afectado, sobretudo, os adolescentes e os jovens. Outra circunstância social que favorece o tipo de drogas é a flexibilidade que existe na automedicação de medicamentos psicoactivos, como os tranquilizantes e os sedativos. A integração em grupos que se identificam e dão um excessivo valor ao consumo de diversas substâncias psicoactivas, como a marijuana, cocaína, heroína ou drogas sintéticas, também constitui um factor psicossocial significativo.

Por outro lado, existem vários factores psicológicos que conduzem à toxicodependência. Na verdade, detectou-se a existência de uma personalidade com maior tendência para as dependências, que se caracteriza por uma propensão para fugir à realidade e para se refugiar nos efeitos estimulantes, depressores ou perturbadores das substâncias psicoactivas.

Por fim, é a própria capacidade destas drogas em provocar dependência que, associada a estas circunstâncias socioculturais e pessoais, estimula e desperta o interesse pelas substâncias psicoactivas.
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