Paralisia cerebral

Causas

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A doença costuma ser provocada por lesões encefálicas muito variadas, produzidas num período crucial do desenvolvimento do sistema nervoso, que partilham o facto de provocarem um determinado grau de paralisia e outras alterações dos movimentos oculares. Todavia, na grande maioria dos casos, no mínimo em cerca de 1/3, não se chega a determinar a origem do problema. No entanto, existem casos em que a origem da doença é congénita, sendo provocada por lesões encefálicas resultantes de perturbações ao longo da gravidez, como infecções sofridas pela mãe (por exemplo, a rubéola), exposição a radiações, intoxicações ou consumo de determinados medicamentos e doenças que provocam uma defeituosa oxigenação do feto.

Para além disso, o nascimento pode provocar lesões e problemas cerebrais que originem uma falta de oxigenação prolongada ou traumatismos no parto.

Manifestações

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A doença costuma manifestar-se no primeiro ano de vida, em alguns casos de forma muito pronunciada (por exemplo, quando o bebé apresenta dificuldade em mamar e engolir), mas noutros casos só ao fim de alguns meses ou por volta dos 2 anos de idade, altura em que o bebé começa a ter maior mobilidade voluntária, é que a doença se começa a evidenciar, nomeadamente através de um problema motor mais limitativo. Na maioria dos casos, o principal problema corresponde a uma típica espasticidade, ou seja, uma hipertonia muscular que provoca contraturas e rigidez dos másculos. Embora esta espasticidade se possa manifestar, praticamente, por toda a musculatura, costuma ser mais acentuada nos membros, sobretudo nos inferiores, provocando grandes dificuldades de locomoção e posturas anómalas.

Em alguns casos, a paralisia cerebral pode manifestar-se através de um quadro de atetose, que se caracteriza por movimentos involuntários lentos e pouco evidentes, os quais provocam notórias contorções e contracções corporais no paciente. Para além disso, pode-se igualmente apresentar um quadro de ataxia, doença do equilíbrio que se caracteriza por uma descoordenação dos movimentos, tremor e típica instabilidade da marcha.

Embora as lesões neurológicas possam provocar apenas problemas ao nível da motricidade, de maior ou menor intensidade consoante os casos, também podem originar perturbações sensitivas associadas, visuais ou auditivas.

De qualquer forma, embora existam bebés afectados por perturbações mentais, a paralisia cerebral não costuma prejudicar o desenvolvimento mental. Em alguns casos, este tipo de repercussões apenas costuma produzir-se devido à ausência de um estímulo adequado, por erradamente se pensar que o bebé tem uma deficiência mental pelo atraso do seu desenvolvimento motor.

Informações adicionais

Acção terapêutica

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As lesões encefálicas responsáveis pela paralisia cerebral são irreversíveis, pois não existe um procedimento capaz de as corrigir. Por isso, o tratamento apenas tenta que o bebé afectado consiga obter o máximo de autonomia possível, mediante o fortalecimento das suas capacidades ilesas através do recurso à fisioterapia, terapia da fala e terapia ocasional. Pode-se igualmente administrar determinados medicamentos, por exemplo, para reduzir o tónus muscular exagerado, recorrendo-se à cirurgia ortopédica em alguns casos específicos, mas apenas como complemento de uma terapêutica de reabilitação integral. Para além disso, a grande maioria dos bebés afectados pode alcançar um nível de autonomia satisfatório, se o correcto tratamento for iniciado precocemente.