É uma doença do sistema nervoso central de evolução crónica, que se manifesta através de tremor, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e alterações da postura corporal.
Causas
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A origem da doença ainda não é exactamente conhecida. Apenas se sabe que é provocada por uma deterioração parcial dos neurónios dos núcleos cinzentos da base do cérebro encarregues de coordenar os movimentos automáticos, a postura corporal e o tónus muscular. O funcionamento destes centros nervosos depende de um delicado equilíbrio na produção de vários neurotransmissores, sobretudo de dopamina e de acetilcolina.A deterioração dos neurónios de alguns núcleos basais, nos doentes parkinsónicos, provoca a diminuição de dopamina com a consequente predominância da acção da acetilcolina, o que provoca as manifestações da doença.
Manifestações
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A doença começa a manifestar-se entre os 50 e os 70 anos, só em casos muitos raros é que surge mais cedo, e as suas manifestações típicas, habitualmente uma série de perturbações nos movimentos involuntários, vão surgindo de forma lenta e progressiva. Em alguns casos, existe um período que pode durar alguns meses ou anos, durante o qual vão surgindo alguns sinais e sintomas não específicos, cuja causa é desconhecida, como dores mais ou menos difusas, sensação de debilidade generalizada ou dificuldade em realizar alguns movimentos, sobretudo os que necessitam de grande precisão, que antecedem a manifestação dos sintomas característicos da doença, os quais acabam por afectar em primeiro lugar, na maioria dos casos, apenas uma metade do corpo, alastrando-se posteriormente a todo o corpo.Uma das manifestações mais comuns da doença, normalmente a primeira, é o tremor em repouso, com tendência para reduzir de intensidade ou desaparecer durante a realização de movimentos, e durante o sono. O tremor costuma iniciar-se numa das mãos, alastrando-se gradualmente a todo o braço, acontecendo o mesmo nos membros inferiores, até afectar toda essa metade do corpo e depois a outra, para finalmente se manifestar na cara. Trata-se de um tremor ligeiro e constante, com uma frequência de quatro a oito ciclos por segundo, e apenas se manifesta com a parte do corpo afectada em repouso; nas fases mais avançadas, também pode ocorrer durante os movimentos, entorpecendo-os.Outra manifestação característica é a rigidez muscular, provocada pela hipertonia dos músculos. Regra geral, esta rigidez é generalizada. No entanto, costuma afectar, essencialmente, os músculos do pescoço e dos membros, perturbando os movimentos e alterando a postura, ao dificultar a flexão dos membros ou o levantar dos braços, ao fazer com que as costas tenham tendência para ficarem curvas e a cabeça flectida para a frente. Nas fases mais avançadas, esta rigidez muscular, que pode ser dolorosa, acaba por dificultar a locomoção e provocar problemas de equilíbrio. Vai-se igualmente manifestando uma típica lentidão e escassez de movimentos, tanto automáticos como voluntários. Os movimentos tornam-se desajeitados, o que tende a dificultar de forma progressiva a realização de acções complexas como vestir ou caminhar. Além disso, a locomoção é igualmente afectada. Nas fases mais avançadas, a cara vai-se tornando inexpressiva, como uma máscara, verificando-se um olhar fixo e pestanejar pouco frequente, o que dá a impressão de que o paciente se encontra "ausente", embora não o esteja na realidade, sendo esta sensação reforçada pelo facto de apenas gesticular quando tem de explicar algo. A fala torna-se lenta e confusa, de baixo volume e com uma dicção, por vezes, quase incompreensível. À medida que a doença progride, os problemas de movimento e a rigidez muscular vão-se acentuando, o que provoca graves alterações na postura corporal e grandes dificuldades nas actividades comuns. Nas fases avançadas, em cerca de metade dos casos, as funções intelectuais acabam por ser afectadas, com alterações de memória, episódios de desorientação, depressão e alterações bruscas de humor.
Tratamento
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Existem alguns recursos terapêuticos que conseguem reduzir e atrasar o aparecimento das suas manifestações, mas não existe nenhuma cura para a doença de Parkinson.De facto, existem vários medicamentos que possibilitam uma redução na manifestação dos sintomas e que devem ser seleccionados de acordo com as necessidades de cada paciente. O fármaco mais utilizado é a levodopa, uma substância com capacidade de se transformar em dopamina no interior organismo, ou seja, no neurotransmissor cujo défice provoca as manifestações da doença. É igualmente possível proceder à administração de medicamentos com efeitos semelhantes, como a amantidina e a bromocriptina. Em alguns casos, também se pode recorrer a medicamentos anticolinérgicos, já que estes permitem a redução da acção da acetilcolina enquanto neurotransmissor. Porém, o tratamento farmacológico é extremamente complexo, pois os medicamentos vão perdendo eficácia com o decorrer do tempo, devendo assim ser substituídos ou combinados com outros, e podendo igualmente causar efeitos secundários desfavoráveis, entre outros factores. É por isso que se deve respeitar rigorosamente as indicações do médico e realizar exames regularmente para ajustar as doses ou alterar o tratamento.Outra forma de tratamento é a fisioterapia, pois possibilita atenuar a rigidez muscular e uma melhor adaptação do paciente ao espaço que o rodeia, de modo a facilitar a sua vida quotidiana. Por fim, em alguns casos, pode-se realizar uma delicada intervenção neurocirúrgica.
Informações adicionais
Prognóstico
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Caso o tratamento não seja oportunamente iniciado, a doença de Parkinson pode evoluir ao longo de dez a quinze anos até provocar uma situação de verdadeira incapacidade física e complicações que reduzem de forma notória a esperança de vida. Actualmente, existem modernos tratamentos farmacológicos que podem evitar a mortalidade prematura, pois as pessoas afectadas pela doença podem obter um relevante alívio dos sinais e sintomas e desfrutar de uma melhor qualidade de vida durante muitos anos. De facto, é preciso frisar que o prognóstico da doença é mais favorável quanto mais cedo for diagnosticada e iniciado o tratamento adequado.
Parkinsonismos
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Os sinais e sintomas da doença Parkinson, uma doença de origem ainda desconhecida, também se podem manifestar como consequência ou sequela de várias outras doenças ou circunstâncias: encefalite, traumatismos craniencefálicos, tumores intracranianos, algumas intoxicações (por monóxido de carbono, manganês), administração de determinados medicamentos (por exemplo, antipsicóticos), etc. Embora normalmente se fale de "parkinsonismos", deve-se detectar em cada caso com exactidão a origem das manifestações, com vista a proceder, na medida do possível, ao tratamento mais adequado.