Os tumores do intestino delgado representam 5% do total dos tumores que aparecem no tubo digestivo; 2/3 são benignos e não causam qualquer manifestação ou apenas originam incómodos locais, enquanto os restantes são cancerosos.
Tipos
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No intestino delgado, podem desenvolver-se diversos tipos de tumores, tanto no que diz respeito à sua forma de evolução, benigna ou maligna, como à sua natureza.Os tumores benignos têm um crescimento relativamente lento, não invadem os tecidos vizinhos e nem se disseminam à distância. Diferenciam-se diversas formas, segundo o tecido a partir do qual se desenvolvem, destacando-se como principais os adenomas, originados na capa mucosa que cobre a parede intestinal; os lipomas, derivados do tecido gordo da parede intestinal, e os liomiomas, provenientes da capa muscular da parede intestinal. Estes tumores benignos costumam crescer como uma massa que sobressai até ao exterior do intestino e mantém-se unida à parede mediante um pedículo, adoptando um aspecto característico que determina a denominação comum de pólipos do intestino delgado.Os tumores malignos costumam desenvolver-se com rapidez, pois infiltram-se nos tecidos adjacentes, ao invadir os órgãos que os cercam, e propagam-se através da circulação sanguínea e linfática para se reproduzirem e formarem novos tumores à distância, num fenómeno denominado metástase, em órgãos como o fígado, os pulmões e os ossos. Também neste caso diferenciam-se diversos tipos, segundo o tecido de procedência e os principais são os adenocarcinomas, originados na capa mucosa, os liomiossarcomas, derivados da capa muscular, e os linfomas, formados a partir do tecido linfóide da parede intestinal.Há outro tipo de tumor do intestino delgado com características especiais, que tanto pode ser benigno ou maligno - o tumor carcinóide. Trata-se de um tumor formado por células secretoras de hormonas capazes de actuar sobre todo o organismo, o que pode originar uma particular sintomatologia que inclui manifestações extra- digestivas.
Manifestações
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Os tumores benignos do intestino delgado não costumam originar quais quer problemas e, por vezes, nem sequer chegam a ser diagnosticados ao longo da vida. Geralmente, apenas alcançam dimensões muito reduzidas, com um diâmetro de poucos milímetros, o que explica a falta de sintomas. Por vezes, provocam sintomas abdominais difusos, mas poucas são as vezes em que verdadeiramente provocam dor. Existem, porém, casos em que os tumores sofrem pequenas hemorragias, evidenciadas através da cor escura das fezes, tingidas com o sangue digerido; caso estas hemorragias se repitam, podem causar uma anemia. O principal perigo destes tumores é a sua possível transformação maligna, facto que pode acontecer, por motivos ainda desconhecidos, ao fim de alguns anos ou até algumas décadas após a sua formação.Os tumores malignos costumam provocar inúmeras manifestações à medida que crescem, pois invadem os tecidos adjacentes e propagam-se pelo organismo. É muito comum provocarem uma dor abdominal, de intensidade e localização que diferem de caso para caso, segundo as características da massa tumoral, o seu tamanho, o seu modo de infiltração nas estruturas vizinhas e o segmento intestinal onde se desenvolvem. Também podem originar alterações no ritmo das evacuações, muitas vezes com períodos de diarreias alternados com outros de uma certa obstipação. Por vezes, o seu crescimento é difuso, o que pode alterar a capacidade de absorção intestinal, originando diarreias crónicas que provocam uma notória perda de peso, debilidade e mal-estar geral. Sangram com alguma frequência, nem sempre com demasiada intensidade, mas de forma contínua; por isso, e como nem sempre é possível observar a hemorragia nas fezes, que podem adoptar uma tonalidade escura pelo seu conteúdo em sangue já digerido, não é raro que se produza frequentemente uma anemia, debilitando ainda mais o paciente. Ao longo do seu crescimento, estes tumores podem proporcionar episódios de obstrução intestinal, com dor e distensão abdominal, ausência de defecções e vómitos intensos.
Tratamento
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O tratamento dos tumores do intestino delgado passa, quase sempre, pela cirurgia: extrai-se a massa turnoral e, tratando-se de um cancro, um segmento mais ou menos amplo do intestino. Logicamente, as características da intervenção dependem do tipo de tumor e da respectiva evolução, caso este se mantenha localizado no intestino ou se tenha estendido a outros órgãos - quanto mais cedo se proceder à operação, mais simples será a técnica empregue e mais eficazes serão os resultados.Paralelamente à cirurgia, e segundo cada caso específico, pode-se recorrer à aplicação de radiações (radioterapia) e à administração de medicamentos anticancerosos (quimioterapia).
Informações adicionais
Tumor carcinóide
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Este tipo de tumor, um dos mais frequentes do intestino delgado, é muito especial: costuma apresentar um tamanho muito reduzido, raramente provoca hemorragias ou obstruções intestinais, mas é capaz de segregar substâncias hormonais que provocam uma sintomatologia particular, conhecida como síndrome carcinóide. Este ocorre, sobretudo, quando o tumor tem características malignas e se estende ao fígado, onde são libertadas para a circulação diversas substâncias químicas, como a serotonina e a histamina, que actuam sobre os vasos sanguíneos, o tubo digestivo e outros órgãos.
Entre as manifestações mais típicas deste tumor destacam-se as crises de envelhecimento facial, acompanhadas de dores abdominais e de uma diarreia explosiva, aliadas a dores no peito, palpitações e dificuldades respiratórias.
Nem sempre se pode recorrer à extracção cirúrgica do tumor, especialmente porque o diagnóstico costuma efectuar-se quando já se produziu a metástase no fígado e, nestes casos, tanto a quimioterapia como a radioterapia são pouco eficazes.
Por vezes, o tratamento centra-se na administração de medicamentos que bloqueiam as substâncias activas produzidas pelo tumor, sendo aliviados os sintomas.