Na boca, a comida sofre modificações que a preparam para o seu trajecto pelos órgãos encarregues de alterar os alimentos e assimilar os nutrientes. Os dentes dilaceram e trituram os bocados de alimentos e os pequenos fragmentos embebem-se de saliva. Por fim, a língua, com o seu delicado vaivém e com a colaboração dos lábios, do queixo e dos potentes músculos mastigatórios que movem a maxila para cima e para baixo, terminam de preparar a mistura, de modo a impulsioná-la para o tubo digestivo no acto de deglutição.
A boca, caso seja necessário, também pode participar na respiração, apesar das fossas nasais apresentarem uma estrutura mais adequada para filtrar o ar inspirado. De qualquer forma, a sua função é primordial na fala: a cavidade bucal actua como uma caixa de ressonância dos sons gerados nas cordas vocais e modula-os, enquanto os lábios e os dentes encarregam-se de articular as palavras que constituem a linguagem oral. É preciso não esquecer, por último, o destacado papel que cumpre a boca no plano sensorial e no estabelecimento de relações: desde a sua capacidade para distinguir os diversos gostos dos alimentos, passando pela expressividade e enorme sensibilidade dos lábios, até ao nada desdenhável impacto estético da dentadura, a boca possui atributos de iniludível participação na nossa vida quotidiana. As doenças da boca não costumam ser graves, mas frequentes e incómodas, constituindo, por isso, uma fonte de problemas tanto para a alimentação como para o acto comunicativo. Sendo assim, é muito importante proceder à precoce detecção e oportuno tratamento de tais doenças, sem nunca esquecer que o respeito pelas normas de higiene apropriadas podem fazer muito no âmbito da prevenção.