Tumores da bexiga

Os tumores mais frequentes das vias urinárias são os que se desenvolvem na bexiga, sendo mais comuns nos homens entre os 40 e os 65 anos de idade, sobretudo se forem fumadores.

Tipos e causas

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A bexiga pode ser local de desenvolvimento de tumores benignos, de crescimento limitado, e de tumores malignos, que apresentam uma tendência para invadirem as estruturas vizinhas e se propagarem a distância, de modo a formarem novos focos cancerosos (metástases).

Tumores benignos da bexiga. Embora possam aparecer vários tipos de tumores benignos na bexiga, o mais frequente é o papiloma, que se desenvolve a partir da túnica mucosa da bexiga, crescendo para o interior do órgão, tendo normalmente um aspecto semelhante a uma couve-flor. Como é um tumor benigno, não tem tendência para se propagar a distância através do sangue ou da linfa. Todavia, em cerca de 15% dos casos, pode malignizar-se, ou seja, transformar-se num tumor maligno, nos cinco anos posteriores ao seu diagnóstico.

Tumores malignos da bexiga. O cancro da bexiga também costuma ser originado na sua mucosa. Durante as suas primeiras fases de desenvolvimento (cancro in situ), mantém-se estável e não invade outros tecidos; porém, caso não se proceda ao seu oportuno tratamento, acaba por infiltrar as outras camadas da parede vesical, o que favorece a propagação através da linfa aos gânglios linfáticos adjacentes e a consequente invasão dos órgãos vizinhos e disseminação através do sangue, o que origina metástases em localizações mais ou menos distantes, sobretudo nos pulmões, ossos e figado.

Embora ainda não se conheçam cornpletamente os mecanismos envolvidos no desenvolvimento do cancro, detectou-se a existência de determinados factores que favorecem a sua formação e crescimento como, por exemplo, o hábito de fumar, pois o fumo produzido pela combustão do tabaco contém substâncias cancerígenas capazes de favorecer o desenvolvimento de tumores malignos na bexiga. Para além disso, existem produtos, utilizados em determinados ambientes laborais, sobretudo na indústria da borracha e da pele, com reconhecidas propriedades cancerígenas sobre a bexiga. Por outro lado, considera-se que possa existir uma certa predisposição genética, a qual provoca uma maior sensibilidade a acção das substâncias cancerígenas. Para além disso, uma qualquer irritação persistente na mucosa do órgão provocada pela existência de cálculos na bexiga e o consumo excessivo de determinados fármacos ou opiáceos (morfina, heroína) podem provocar a formação de tumores malignos da bexiga.

Sintomas e evolução

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Os tumores da bexiga costumam evoluir sem manifestar qualquer sintoma até que, ao longo do seu progressivo crescimento, provoquem a erosão dos pequenos vasos sanguíneos da mucosa da bexiga. Assim, mais cedo ou mais tarde, a primeira manifestação da doença costuma ser a hematúria, ou seja, a perda de sangue através da urina. De início, as perdas de sangue são mínimas e intermitentes, ou seja, não acontecem em todas as micções, podendo desaparecer durante um determinado período de tempo. No entanto, nas fases mais avançadas, costumam ser mais abundantes e frequentes.

Uma outra manifestação muito habitual é a alteração do ritmo e do volume das micções. De facto, é comum que o paciente tenha vontade de esvaziar a bexiga com mais frequência do que é habitual, até durante o repouso nocturno, e que o volume de urina seja menor do que o normal.

As infecções da bexiga e da uretra constituem uma das complicações iniciais mais comuns destes tumores, provocando uma micção dolorosa. Uma outra complicação relativamente comum é provocada quando o tumor, ao longo do seu crescimento, obstrui um dos orifícios através dos quais desaguam os uréteres na bexiga ou o orifício uretral, provocando um quadro de obstrução urinária.

A evolução dos tumores da bexiga varia bastante. Os tumores benignos não costumam provocar grander complicaçöes. Todavia, como já foi referido, por vezes acabam por se malignizar ao fim de um determinado período de tempo, devendo-se proceder a sua extracção, logo que sejam detectados.

Por outro lado, os tumores malignos, se não forem extraídos nas suas fases iniciais, acabam por se disseminar até aos tecidos vizinhos, originando a formação de metástases a distância. Por isso, nas fases mais avançadas da doença, são frequentes outras manifestaçöes, de acordo com os tecidos e órgãos afectados: tosse e sensação de falta de ar, caso se trate dos pulmões; fracturas e dores nos ossos, quando o cancro evolui no esqueleto; dores abdominais, se for afectado um órgão digestivo, etc.

Informações adicionais

Prognóstico

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O prognóstico dos tumores da bexiga, embora varie de caso para caso, costuma ser favorável, pois quando são diagnosticados consegue-se proceder, geralmente, a sua completa extracção.

Contudo, de acordo com dados estatísticos, em cerca de 80% dos casos, estes tumores voltam a formar-se algum tempo depois. Por isso, é muito importante que as pessoas com antecedentes de tumores na bexiga se submetam a controlos médicos periódicos.

Apenas em cerca de 10% dos casos não é possível proceder-se a total extracção dos tumores malignos da bexiga após o diagnóstico. Nestes casos, embora não se consiga a cura da doença, existem diversas técnicas cirúrgicas e tratamentos que conseguem melhorar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes.

Frequência

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Os tumores da bexiga constituem cerca de 2% dos tumores malignos que se desenvolvem ao longo de todo o organismo, afectando na sua maioria pessoas com antecedentes de tabagismo ou de exposição a substâncias cancerígenas.

Tratamento e prevenção

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Sempre que possível, o tratamento consiste na eliminação cirúrgica do tumor.  Caso o tumor seja maligno, costumam estar indicadas determinadas terapêuticas adjuvantes, como a aplicacão de radiações (radioterapia) e/ou a administração de fármacos anticancerosos (quimioterapia). Quando o tumor é benigno (ou até maligno, se ainda não for muito grande ou caso ainda não tenha invadido os tecídos adjacentes), costuma-se proceder a uma ressecção transuretral. Este procedimento, que requer a colocação de uma sonda na bexiga, é realizado com um aparelho especial que, após ser introduzido no interior da referida sonda, pode ser manipulado a partir do exterior, de modo a extrair o tumor através de um dispositivo eléctrico situado na extremidade do aparelho. Se o tumor for maligno e já tiver invadido as camadas subjacentes da parede vesical, a extracção é realizada através dos procedimentos cinirgicos clássicos. Nas fases mais avançadas, pode ser necessário toda a bexiga e outros órgãos que eventualmente possam ter lido invadidos, como os gânglios linfáticos da zona, o útero ou um segmento intestinal. Quando se remove a bexiga, tem que se criar uma alternativa para a drenagem da urina. Uma das técnicas utilizadas consiste na reconstrução da bexiga, com um segmento intestinal. No entanto, como muitas vezes não é possível realizar esta operação, deve-se recorrer a outras técnicas baseadas na instalação de um sistema de drenagem que conduza a urina até a superfície abdominal e na utilização de bolsas colectoras.



Para saber mais consulte o seu Nefrologista ou o seu Urologista
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