Embora o cancro do rim possa adoptar várias formas, as duas mais frequentes são o adenocarcinoma renal, que se manifesta essencialmente entre os adultos, e o nefroblastoma, que apenas se apresenta nas crianças pequenas.
Adenocarcinoma renal
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Este tumor maligno tem origem nas células dos túbulos renais. E o tumor maligno renal mais frequente, correspondendo a 80% dos casos. Surge devido a proliferação excessiva e descontrolada de células de características anómalas, formando-se uma massa que comprime e invade os tecidos adjacentes. Pode ainda disseminar-se para tecidos mais distantes, formando novos tumores com as características do tumor primitivo, igualmente denominados metástases. Costuma-se apresentar na idade adulta, geralmente após os 40 anos, com uma incidência mais elevada nos homens que nas mulheres.Embora a sua origem seja desconhecida, determinados exames evidenciaram a existência de uma certa predisposição genética para se sofrer desta doença e de determina dos factores, entre os quais se destacam o tabagismo e a exposição a determinados tóxicos como o cádmio, que podem actuar sobre os genes, levando ao desencadeamento da sua transformação maligna.
Manifestações e evolução. O tumor tem um desenvolvimento progressivo e apenas costuma originar manifestações evidentes após a formação de uma massa considerável que, nas fases mais avançadas, pode alcançar os 2 a 3 kg de peso. A primeira manifestação costuma corresponder a eliminação de sangue com a urina (ou hematúria): apresentase normalmente de forma brusca, mas cede rapidamente, por vezes, reaparecendo pouco tempo depois. Noutros casos, a manifestação consiste numa dor persistente, não muito intensa, na zona lombar do lado do rim afectado, o que provoca ocasionalmente o aparecimento de cólicas. Contudo, na maioria dos casos, são sinais e sintomas específicos, tais como o cansaço, a falta de apetite, a perda de peso e a febre, que em alguns pacientes é a única manifestação da doença na sua fase inicial. Geralmente, o desenvolvimento do tumor renal não costuma produzir sintomas; por isso, em alguns casos, não se evidenciam os primeiros sintomas locais, mas sim outros provocados pelas metástases formadas em órgãos afastados, sobretudo no fígado, nos pulmões, nos ossos e no cérebro. Ao longo da sua evolução, o tumor vai destruindo os tecidos do rim, o que provoca uma insuficiência renal, enquanto que as metástases tendem a alterar o funcionamento dos órgãos onde evoluem, provocando complicações mortais.
Nefroblastoma
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Este tipo de cancro desenvolve-se em células embrionárias, originando a formação de vários tecidos renais e fazendo com que o tumor tenha uma composição mista. Trata-se de uma anomalia congénita de causas desconhecidas, não hereditária. Costuma-se desenvolver na infância, geralmente em crianças com menos de 8 anos, num rim, podendo ocasionalmente afectar ambos.
Manifestações. Embora o tumor já esteja presente antes do nascimento, costuma permanecer dissimulado por um determinado período de tempo, até mesmo alguns anos; em alguns casos, pode-se desenvolver e provocar manifestações nos primeiros três anos de vida. Normalmente, manifesta-se através de uma notória dilatação abdominal provocada pela formação de uma grande massa, que pode chegar a ser palpável com relativa facilidade, por vezes acompanhada de uma dor não muito intensa e persistente na zona. Nas fases mais avançadas, origina hematúria (perda de sangue com a urina), bem como sinais e sintomas pouco específicos: febre, perda de apetite, problemas digestivos e deterioração do estado geral, associados às alterações provocadas pela possível propagação do tumor a distância. Caso não se proceda ao seu tratamento adequado, pode provocar insuficiência no funcionamento do rim, que pode originar a morte do paciente.
Tratamento
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A principal medida terapêutica, sobretudo quando o tumor se encontra bem localizado no rim, corresponde a extracção do órgão e dos gânglios linfáticos da zona para prevenir a possível propagação. Esta solução só não é indicada quando o cancro já é muito extenso ou quando se determina que já não é possível proceder a sua eliminação através da cirurgia. Todavia, caso se detectem metástases localizadas, também se pode proceder sua extracção cirúrgica. Como complemento, pode-se recorrer a radioterapia, ou seja, a aplicação de radiações ionizantes capazes de destruir as células cancerosas. Em alguns casos, o paciente é submetido a sessões de radioterapia antes da cirurgia, de modo a reduzir o tumor, o que facilita a operação. Noutros casos, aplicam-se radiações após a intervenção, de modo a prevenir recaídas, ou quando a doença já está em fase avançada e não é possível operar. Neste último caso, pretende-se apenas retardar o crescimento do tumor e aliviar os sinais e sintomas provocados pelas metástases, sobretudo nos ossos. Nestas circunstâncias, também se pode recorrer quimioterapia, com a administração de medicamentos que inibem o desenvolvimento das células cancerosas, sobretudo no tratamento do nefroblastoma, como complemento da cirurgia e também no adenocarcinoma, quando existem metástases que podem ser eliminadas cirurgicamente.
Informações adicionais
O médico responde
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Diagnosticaram um cancro do rim ao meu sobrinho mais novo e, embora os médicos afirmem que as probabilidades de cura são elevadas, tenho muitas esperanças...
Actualmente, com a associação da cirurgia a radioterapia e quimioterapia, o prognóstico do nefroblastoma, o típico cancro renal infantil, costuma ser favorável na maioria dos casos. De facto, quando este tipo de tumor se encontra bem localizado, ou seja, caso não se tenha disseminado a distância, obtém-se a cura total em cerca de 80% dos casos. Todavia, se se detectar, no início do tratamento, que este já sofreu uma metástase, costuma-se obter a sua erradicação em cerca de 40% a 50% dos casos.
Diagnóstico precoce
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O prognóstico do cancro renal depende essencialmente do momento em que é diagnosticado: se for detectado nas suas fases iniciais, as possibilidades de cura são significativas; se for descoberto tardiamente, o prognóstico não é tão favorável. Como as manifestações iniciais não são evidentes nem específicas desta doença, deve-se consultar o médico o mais rápido possível perante a presença de sangue na urina, mesmo que intermitente, ou em caso de dor persistente na região lombar, mesmo que não seja aguda. Esta consulta médica é de extrema importância: na maioria dos casos, depois de observar cuidadosamente o paciente e de analisar os exames auxiliares de diagnóstico realizados, o médico pode concluir que estas manifestações são provocadas por outras doenças; porém, caso determine que se trata de um cancro renal, talvez ainda seja possível alcançar a sua cura.