Anatomia e fisiologia das paratiróides

As paratiróides são quatro pequenas glândulas, cuja principal função é a elaboração de uma hormona que participa no controlo dos níveis sanguíneos de cálcio.

Anatomia

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As glândulas paratiróides são quatro pequenas formações arredondadas ou ovais, de cor amarela, com poucos milímetros de diâmetro e um peso total de 25 a 40 mg. Individual- mente, são os órgãos mais pequenos de todo o corpo. Situam-se aos pares na face posterior dos dois lobos laterais da tiróide, um em cada lado da traqueia.

Existem duas glândulas paratiróides em cada lobo da tiróide: uma na parte superior, mais externa, e outra na parte inferior, mais interna. A íntima relação mantida entre as glândulas paratiróides e a tiróide, da qual provém a sua denominação, explica por que razão em algumas operações destinadas a extrair a tiróide, as paratiróides também podem ser extraídas ou danificadas.

Cada glândula tiróide encontra-se rodeada por uma fina camada de tecido conjuntivo. No seu interior, é possível encontrar vários tipos de células, dispostas em acumulações glandulares, encarregues da secreção da hormona paratiróidea ou paratormona. As mais abundantes, as grandes responsáveis pela secreção hormonal, são as células principais. As outras, denominadas células claras, são uma variante funcional das anteriores. Por ultimo, é possível que ao longo da adolescência surjam as células oxifílicas, cuja função ainda não é exactamente conhecida, embora pareçam ser igualmente capazes de elaborar paratormona.

As paratiróides são irrigadas por uma significativa rede vascular responsável pela distribuição da paratormona no organismo.

Paratormona

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A paratormona (PTH), ou seja, o produto da secreção das glândulas paratiróides, é uma substância de natureza proteica que participa no controlo dos níveis de cálcio no sangue, juntamente com a calcitonina produzida pela glândula tiróide e pela vitamina D, pois a paratormona tem tendência para aumentar os níveis sanguíneos de cálcio, actuando basicamente a três níveis: sobre os ossos, sobre os rins e no tubo digestivo.

• Nos ossos, o principal depósito de cálcio do organismo, a paratormona promove a destruição do tecido ósseo ao estimular a actividade das células com essa função - os osteoclastos - e ao inibir a actividade das células encarregues de formar um novo tecido ósseo - os osteoblastos. Desta forma, os ossos apenas libertam para o sangue uma reduzida parte do cálcio que armazenam, ainda assim suficiente para aumentar significativamente a concentração sanguínea deste mineral.

• Nos rins, a paratormona actua sobre os túbulos renais por onde circula a urina primária proveniente da filtração do sangue ao longo do seu percurso para as vias urinárias. Desta forma, a hormona estimula a reabsorção do cálcio filtrado nos vasos sanguíneos que circulam junto aos túbulos renais, o que diminui a eliminação urinária de cálcio e aumenta os níveis deste mineral no sangue. Ao mesmo tempo, a paratormona diminui a reabsorção de fósforo, aumentando a sua eliminação com a urina, o que propicia uma descida dos níveis sanguíneos deste elemento.

• No tubo digestivo, a paratormona favorece a absorção do cálcio presente nos alimentos. Contudo, esta acção não é directa, pois desenvolve-se através da intervenção da vitamina D. Para concretizar este objectivo, a acção da hormona paratiróidea consiste em activar a acção da vitamina D ao nível do rim, já que a activação da vitamina D aumenta a absorção intestinal de cálcio.

Calcitonina

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A calcitonina, uma hormona elaborada pelas células parafoliculares da tiróide, tem um efeito contrário ao da paratormona. A sua acção consiste, basicamente, em diminuir os níveis sanguíneos de cálcio. Por isso, os seus principais efeitos ocorrem nos ossos, de modo a inibir a libertação de cálcio, e nos rins, onde tem a tendência para diminuir a reabsorção renal de cálcio, o que aumenta a sua eliminação com a urina.

Informações adicionais

Equilíbrio fosfocálcico

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Os níveis sanguíneos de cálcio e fósforo estão intimamente relacionados, pois quando a fosfatemia aumenta, a calcemia desce automaticamente e vice-versa. Este equilíbrio

costuma funcionar automaticamente, graças à acção conjunta da hormona paratiróidea, da calcitonina, da vitamina D, da cortisona e da hormona do crescimento.

Controlo da calcemia

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A maior parte do cálcio presente no organismo encontra-se armazenada no esqueleto,

onde este mineral forma, juntamente com o fósforo, cristais que garantem a característica dureza dos ossos. Embora a proporção de cálcio que circula no sangue seja muito reduzida, esta pequena fracção é aproveitada por vários tecidos para desempenharem as suas funções, já que, por exemplo, participa na transmissão dos impulsos nervosos e na contracção muscular.

Em condições normais, os níveis de cálcio no sangue (calcemia) mantêm-se dentro de uma estreita margem que oscila entre os 8,5 e os 10 mg/100 ml. É muito importante que a calcemia se mantenha nestes níveis, já que tanto a sua diminuição como o seu aumento pode comprometer a actividade de diferentes tecidos e provocar várias alterações. É por isso que existe um sofisticado sistema de controlo, no qual participam a paratormona, a calcitonina e a vitamina D.

Ao contrário da secreção de outras hormonas, a produção de paratormona não depende de um controlo hipofisário, pois existe um mecanismo de controlo directo que actua como um medidor de cálcio, ou seja, quando os níveis de cálcio no sangue diminuem, a secreção de paratormona aumenta, e quando a calcemia aumenta, a produção de paratormona diminui. Todavia, trata-se de um controlo dinâmico, já que a semivida plasmática da paratormona é de apenas meia hora. Este processo garante a manutenção da calcemia dentro dos seus valores normais, através dos seguintes mecanismos:

• Quando o nível de cálcio no sangue é muito elevado, diminui a secreção de paratormona, ou seja, como o organismo tem a tendência para armazenar este mineral nos ossos, ao estimular-se a sua excreção através da urina segregada pelos rins, consegue-se diminuir a sua absorção ao nível do intestino.

• Quando o nível de cálcio no sangue é demasiado baixo, aumenta a produção da hormona paratiróidea, ou seja, como os ossos libertam parte do cálcio que armazenam, estimula-se a absorção do mineral a nível digestivo, o que reduz a sua eliminação através dos rins.

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