O hipotálamo e a hipófise são duas pequenas estruturas situadas na base do cérebro, as quais regem a actividade hormonal de todo o organismo.
Sistema endócrino
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Ao contrário de outros sistemas orgânicos, cujos componentes mantêm uma relação anatómica directa, o sistema endócrino é formado por vários órgãos que se situam em várias partes do corpo, os quais não têm uma relação ou continuidade anatómica: hipotálamo e hipófise, tiróide, paratiróides, pâncreas, supra-renais e as gónadas (os testículos no homem e os ovários na mulher).Contudo, estes órgãos constituem um verdadeiro sistema orgânico. Por um lado, todas estas estruturas apresentam tecidos glandulares, especialmente adaptados para produzir secreções (neste caso, substâncias hormonais) as quais devem ser impulsionadas directamente para o sangue, com o objectivo de chegarem com a circulação até aos pontos do organismo onde exercem a sua função. Por outro lado, a actividade de todas estas glândulas está intimamente relacionada, na medida em que o funcionamento de algumas delas depende da sua estimulação ou inibição por outros componentes do sistema endócrino e porque muitas das hormonas produzidas têm funções semelhantes ou antagónicas. De facto, o sistema endócrino funciona como uma unidade, visto que qualquer problema em algum dos seus componentes tem sempre repercussões na actividade dos restantes.
Hipotálamo
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O hipotálamo é uma formação situada na parte média da porção inferior do cérebro, constituída fundamentalmente por neurónios. Encontra-se junto ao terceiro ventrículo, uma das cavidades cerebrais repletas de líquido cefalorraquidiano, por baixo de um grande núcleo cinzento da base do cérebro denominado tálamo. Imediatamente por baixo do hipotálamo, encontra-se o quiasma óptico, uma formação correspondente à união dos nervos ópticos provenientes dos olhos, cujas fibras se cruzam parcialmente neste ponto, de modo a formar as fitas ópticas que transmitem os estímulos visuais para o cérebro.O hipotálamo tem uma forma rombóide. A parte central da sua base é lisa e arredondada e denomina-se de eminência média; daqui surge uma saliência em forma de funil, denominada de tuber cinereum, que se prolonga para baixo, formando um apêndice que chega até a hipófise, a haste da hipófise, unindo ambas as estruturas.Embora se trate de uma formação homogénea, é possível enumerar no hipotálamo uma série de zonas com actividades específicas ou "centros hipotalâmicos", ligados entre si e também com múltiplas estruturas encefálicas, como o córtex cerebral e vários núcleos cinzentos da base do cérebro. Entre estes centros hipotalâmicos, destacam-se alguns encarregues de regular a temperatura corporal, o sono, a sede e o apetite. Algumas destas áreas, os núcleos supra-ópticos (situados precisamente por cima do quiasma óptico) e os núcleos paraventriculares (situados junto ao terceiro ventrículo cerebral), têm uma acção muito específica sobre o sistema endócrino, pois os seus neurónios contêm prolongamentos que atravessam o tuber cinereum e a haste hipofisária até chegarem ao lobo posterior da hipófise, onde são libertadas as hormonas produzidas.
Hipófise
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A hipófise é uma pequena glândula em forma de gema que pende da base do cérebro, imediatamente por baixo do hipotálamo, situada junto a uma concavidade do osso esfenóide conhecida como sela turca. Costuma-se dizer que tem o tamanho de uma ervilha, pois mede apenas 6 mm no sentido anteroposterior, cerca de 10 mm de largura e um pouco menos de altura, e um peso de 500 mg.A glândula divide-se em duas porções bem diferentes, que têm uma origem embriológica distinta - a hipófise anterior e a hipófise posterior.A hipófise anterior, ou adeno-hipófise, originada a partir de uma saliência da faringe durante o estado embrionário, é uma estrutura eminentemente glandular formada por células especializadas na produção de hormonas.A hipófise posterior, ou neuro-hipófise, originada a partir do tecido cerebral, é maioritariamente formada pelas terminações dos neurónios, cujos corpos celulares se encontram nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares do hipotálamo. De facto, trata-se de uma zona de "armazenamento" de hormonas produzidas pelo hipotálamo, apesar de muitas vezes englobar secreções de origem hipofisária.
Informações adicionais
Circulação hipotálamo-hipofisária
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A circulação sanguínea do hipotálamo da hipófise é extremamente importante, pois as hormonas produzidas por estas estruturas devem ser impulsionadas para o sangue para que cheguem ao seu ponto de acção. Tanto o hipotálamo como a hipófise apresentam as suas próprias artérias: as artérias hipotalâmicas, que conduzem o sangue até ao hipotálamo, e as artérias hipofisárias superiores e inferiores, que irrigam a hipófise. Todavia, para além disso, existe uma ampla rede de vasos venosos provenientes da região do hipotálamo, que atravessa a haste hipofisária, de modo a chegar ao lobo anterior da hipófise: o sistema porta hipotálamo-hipofisário. Graças a esta rede de pequenas veias, as hormonas produzidas no hipotálamo, que regulam a actividade da hipófise, chegam praticamente de imediato até essa glândula, de modo a controlar continuamente o seu funcionamento.
Glândula pineal
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A glândula pineal, igualmente denominada epífise, é uma pequena estrutura cerebral que, embora se considere pertencente ao sistema endócrino, ainda não se conhece com precisão a sua função no ser humano. Segundo parece, a glândula pineal desempenha um determinado papel regulador na actividade das gónadas sexuais através da secreção de uma hormona denominada melatonina, um facto comprovado em animais de reduzida dimensão, como os ratos, mas não no ser humano. Todavia, existem casos de tumores desenvolvidos nesta glândula, cujas repercussões afectam o desenvolvimento das gónadas, provocando uma puberdade precoce ou uma puberdade tardia. Por isso, ainda existe muito para averiguar sobre o funcionamento desta específica glândula no ser humano.
Etimologia
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O termo endócrino provém do prefixo endo, interno, e da partícula crino, secreção, sendo utilizado para fazer referência às glândulas cujas secreções são impulsionadas para o sangue, ao contrário das exócrinas (exo, fora), que desaguam as suas secreções no exterior do organismo.