Cancro do estômago

O cancro do estômago, durante as primeiras fases da evolução, costuma provocar escassas manifestações e pouco específicas, o que faz com que, em muitos casos, seja diagnosticado quando já está numa fase muito avançada e com reduzidas possibilidades de cura.

Causas

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A verdadeira causa do cancro do estômago não se conhece, mas identificaram-se vários factores de risco. Por um lado, existem famílias com uma elevada incidência da doença, o que sugere a existência de uma predisposição genética transmitida hereditariamente.

Por outro lado, pensa-se que determinados hábitos alimentares, como o regular consumo de líquidos e comidas muito quentes ou com alimentos excessivamente condimentados, assim como o elevado consumo de gramíneas, de guisados e salgados ou de produtos com um alto teor de nitratos, podem favorecer o seu desenvolvimento, explicando assim a sua desigual frequência nas diversas regiões do planeta.

Verifica-se, também, uma especial incidência de cancro do estômago nas pessoas que previamente sofreram determinadas doenças gástricas, como gastrite crónica de longa evolução, gastrite hipertrófica e tumores benignos do tipo pólipos.

Tipos e evolução

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o cancro do estômago tem normalmente a sua origem nas capas mais superficiais da parede gástrica, podendo difundir-se a partir daí, segundo diversas modalidades.

• Carcinoma invasivo: o tumor cresce dentro da parede do estômago, invadindo toda a sua espessura. Ao atravessar a parede gástrica, difunde-se directamente nos órgãos contíguos, propagando-se a outros mais distantes através das vias linfática e sanguínea, provocando a sua metástase em fases relativamente precoces.

• Carcinoma ulceroso: o tumor  desenvolve-se como uma lesão erosiva na superfície do estômago e adopta um aspecto parecido ao da úlcera gástrica, com a qual pode ser confundido tanto na lesão como nos sintomas.

• Carcinoma polipóide: o tumor cresce até à entrada da cavidade gástrica, adoptando uma forma poliposa.

Manifestações

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Ao início, apenas costumam aparecer manifestações não muito específicas, como perda de apetite ou sintomas difusos, por vezes dolorosos, na região superior do abdómen. Contudo, o que diferencia o cancro do estômago de outros é o facto de os sintomas se intensificarem progressivamente. À medida que o tumor vai crescendo, vão aparecendo manifestações mais notórias, devido à invasão da parede do estômago, à ulceração da sua superfície e ao obstáculo à passagem dos alimentos.

O principal transtorno corresponde a uma dor na parte superior do abdómen. Caso se trate de um tumor ulceroso, a dor pode intensificar-se após as refeições e aliviar-se com a ingestão de substâncias alcalinas, tal como nas úlceras. Caso seja um tumor infiltrante, a dor é intensa e contínua, desde o início, sem qualquer relação com as refeições.

Também costumam provocar náuseas e vómitos, em especial quando o crescimento do tumor obstrui a passagem dos alimentos. A princípio, os vómitos são pouco frequentes e apresentam-se após o consumo de alimentos sólidos, mas em fases mais avançadas tornam-se mais frequentes e chegam a apresentar-se após a ingestão de líquidos.

Quando o tumor é do tipo ulceroso, costuma provocar hemorragias digestivas. É possível que se produzam vómitos com sangue, apesar de ser mais comum a mistura do sangue com os alimentos, acabando por escurecer as fezes, depois de ser transformado no tubo digestivo.

Em fases mais avançadas, e como consequência do desenvolvimento do tumor e dos problemas nutritivos que provoca, pode-se registar uma perda de peso corporal, um cansaço extremo e a propensão a infecções, às manifestações próprias da afecção de outros órgãos e às metástases.

Tratamento

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O principal recurso terapêutico do cancro do estômago corresponde à cirurgia, ou seja, à remoção do tumor e de uma parte mais ou menos ampla do estômago ou, por vezes, à total extracção do órgão. A técnica empregue e a sua utilidade dependem das características do cancro no momento da intervenção. Às vezes, basta eliminar o tumor e um sector limitado da parede gástrica, mas noutras ocasiões há que extrair a maior quantidade possível de massa tumoral e proceder à reparação dos órgãos vizinhos infiltrados.

Como complemento da cirurgia paliativa, pode-se utilizar a radioterapia (aplicação de radiações), para travar o desenvolvimento do tumor e aliviar os sintomas.

Como complemento da cirurgia efectuada com pretensão curativa recorre-se à quimioterapia (administração de fármacos anticancerosos) afim de evitar o desenvolvimento de metástases e melhorar o prognóstico.

Informações adicionais

Cancro do estômago e factores alimentares

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Apesar de não ser possível determinar a responsabilidade dos factores dietéticos na origem do cancro do estômago, entre outros possíveis factores ambientais, há um dado muito sugestivo neste sentido: as crianças provenientes de uma zona, onde a doença é muito comum, caso emigrem para um país com outros hábitos alimentares passam a ter um risco de cancro do estômago semelhante ao resto da população do país onde vivem.

Geralmente, aconselha-se como medida preventiva uma alimentação variada e equilibrada, rica em frutas e verduras e pobre em salgados e guisados.

Prevenção do cancro do estômago

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Como ainda não se identificou com precisão os factores genéticos e ambientais com predisposição para o cancro do estômago, não é possível evitar o seu aparecimento. De qualquer forma, é possível através dos seus sintomas diagnosticar um cancro numa fase precoce, sendo maiores as expectativas de cura, caso seja aplicado oportunamente o devido tratamento. A melhor fórmula de prevenção é a prática de gastroscopias de forma periódica, sempre que se considere que existe um risco justificado.

Para saber mais consulte o seu Cirurgião Geral ou o seu Gastroenterologista
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