Doação de sangue

Embora já se tenha conseguido fabricar sangue artificial, a única fonte deste elemento vital ainda é a doação voluntária.

Requisitos para dar sangue

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A doação de sangue não representa qualquer perigo, já que é apenas extraída uma quantidade muito reduzida, cerca de 400 a 500 ml, ou seja, nunca mais de 10% do volume sanguíneo total. Estes valores não provocam qualquer prejuízo, pois não alteram significativamente o funcionamento do organismo. Além disso, o plasma repõe-se espontaneamente ao fim de poucas horas e os elementos celulares recompõem-se por completo em cerca de 30 a 45 dias, no máximo dois meses.

Para se ser dador de sangue tem que se ser maior de idade, gozar de boa saúde e não apresentar circunstâncias que provoquem riscos para o próprio dador ou para o eventual receptor. Os requisitos são:

• Idade entre os 18 e os 65 anos.

• Peso não inferior a 50 kg.

• No caso da mulher, não estar grávida.

• Não se ter submetido a qualquer operação cirúrgica nos seis meses anteriores.

• Não sofrer de qualquer doença, que numa extracção possa ser prejudicial para o dador: por exemplo, qualquer doença grave em geral, hipotensão arterial, diversas alterações cardiovasculares, problemas hematológicos (anemia, problemas da coagulação), doenças endócrinas (diabetes) e doenças renais graves.

• Não apresentar nenhuma circunstância, através da qual o sangue obtido na doação possa tornar-se prejudicial para o receptor, tais como antecedentes de doenças infecciosas transmissíveis (hepatite viral, infecção por HIV - vírus da imunodeficiência humana, responsável pela SIDA - malária, brucelose, tuberculose, sífilis), antecedentes de exposição recente a possíveis contágios (contacto com doentes infecciosos, tatuagens, acupunctura, injecções sem controlo sanitário, utilização de drogas de administração parentérica), determinados tratamentos farmacológicos e a aplicação recente de vacinas à base de microorganismos vivos (BCG, antipoliomielítica).

Procedimento

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Para comprovar se o dador se ajusta às condições requeridas, antes da extracção, em primeiro lugar, este deve responder a um breve e básico questionário. Depois, realiza-se um exame físico para controlar o peso corporal e a pressão arterial. Para além disso, procede-se à determinação do hematócrito (proporção de elementos líquidos e celulares do sangue) para eliminar uma possível anemia, contra-indicada para a doação; para tal, efectua-se um teste simples através de uma amostra de sangue obtida mediante uma picada num dedo ou num lóbulo da orelha. Uma vez confirmada a ausência de contra-indicações, inicia-se o processo de doação.

A extracção é efectuada num cadeirão ou numa cama apropriada, onde o dador se deita e apoia um braço despido num suporte específico: antes de mais, aplica-se um garrote na parte superior do braço para provocar o estancamento da circulação venosa e facilitar a punção. Após a desinfecção da zona, insere-se numa veia do braço uma agulha ligada a um tubo flexível que, por sua vez, está unido a uma bolsa que contém substâncias anticoagulantes e onde será armazenado o sangue ex traído. Após o sangue começar a fluir pelo tubo até à bolsa, depositada num nível inferior ao do dador, é retirado o garrote de modo facilitar a circulação e solicita-se ao dador que, com o mesmo objectivo, abra e feche a mão ritmicamente.

Recolhida a quantidade suficiente de sangue (cerca de 400 ml), retira-se e corta-se o tubo, fechando a bolsa para posteriormente ser levada para o banco de sangue onde é armazenada. Antes de se retirar a agulha, devem ser obtidas pequenas amostras de sangue que são envia das para o laboratório de forma a que, sem necessidade de abrir a bolsa de sangue já recolhida, se possa proceder à sua tipificação (determinação do grupo sanguíneo) e efectuar as devidas análises que garantem a sua segurança. Por fim, retira-se a agulha e efectua-se compressão, durante alguns minutos, sobre a zona de punção, enquanto o dador ainda permanece deitado. Caso o dador tenha tonturas, este tempo de espera prolonga-se por mais alguns minutos, até à sua total recuperação.

Conservação e obtenção de hemoderivados

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O sangue obtido nas doações pode ser armazenado, à devida temperatura, numa câmara frigorífica, nas mesmas bolsas utilizadas para as extracções. Nas condições adequadas, o sangue completo conserva-se apto para ser transfundido num prazo de um mês, após o qual os seus elementos perdem a sua vitalidade. No entanto, para aproveitar da melhor forma possível as doações, normalmente efectuam-se vários procedimentos para dividir e separar alguns componentes do sangue, o que permite uma conservação mais prolongada e a sua utilização com fins específicos. Em primeiro lugar, centrifuga-se a bolsa de sangue para que os glóbulos vermelhos se depositem na parte inferior, sendo de imediato ligados por um tubo a outra bolsa, para a qual se transfere o resto, mediante a compressão da primeira. Assim, por um lado, obtém-se uma bolsa de concentrado de hemácias, que pode ser congelada e mantida em condições aptas para utilização durante um ano, e, por outro lado, uma bolsa com os restantes componentes sanguíneos - o plasma, os glóbulos brancos e as plaquetas. Do mesmo modo, pode-se obter separadamente concentrados de glóbulos brancos, de plaquetas e de unidades de plasma, que também podem ser congelados, de forma a poderem ser utilizados num espaço de um ano. Por vezes, através de outros procedimentos especiais efectuados sobre o plasma, é possível separar alguns dos seus componentes, obtendo-se concentrados de albumina, de factores da coagulação, de fibrinogénio ou de imunoglobulinas.

Informações adicionais

O médico responde

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De quanto em quanto tempo se pode dar sangue?

Os componentes do sangue extraídos numa doação recuperam ao fim de um período máximo de dois meses, mas para assegurar a sua total recuperação aconselha-se, entre duas doações sucessivas, um prazo ligeiramente superior. Considera-se que os homens devem deixar passar um período mínimo de três meses antes de repetir a doação, enquanto que nas mulheres o intervalo mínimo é de quatro meses. De qualquer forma, os dadores habituais podem efectuar extracções com um intervalo mínimo de dois meses, embora sem superarem as cinco doações por ano.

Plasmaférese

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A plasmaférese é uma técnica que permite obter alguns elementos do sangue sem que se tenha de extrair o sangue completo. O procedimento consiste em fazer circular o sangue do dador fora do corpo através de um aparelho que filtra e separa alguns dos seus componentes, antes de se reintroduzir novamente no organismo. Para isso, insere-se numa veia do dador uma agulha ligada a um tubo que conduz o sangue para o aparelho, de onde surge outro tubo que tem na sua extremidade uma agulha que é, por sua vez, inserida noutra veia. Desta forma, pode-se obter exclusivamente unidades de plasma, concentrados de glóbulos brancos ou plaquetas. O procedimento requer uma ou duas horas e pode-se repetir com muita frequência, inclusive uma vez por semana, para a doação de plasma.

Para saber mais consulte o seu Hematologista ou o seu Imuno-Hemoterapista
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