Doença coronária - diagnóstico

Normalmente, o médico diagnostica uma doença coronária apenas através dos sintomas que o paciente apresenta. No entanto, são necessários vários exames complementares para estabelecer a sua natureza, prever a sua evolução e planificar o seu oportuno tratamento.

Dados clínicos

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Os sintomas da doença coronária costumam ser tão típicos que normalmente o médico, quando o paciente relata os seus sinais e sintomas, consegue estabelecer o diagnóstico sem grandes dificuldades. Por isso, é de máxima importância que o paciente explique com a maior precisão possível as características da dor torácica, as situações em que se produziu, os possíveis factores desencadeantes, a duração e a intensidade das crises, etc. Estes dados permitem ao médico, antes de mais, orientar o diagnóstico para um possível enfarte do miocárdio ou uma angina de peito e, em último caso, avaliar a progressão da doença ao longo do tempo.

Partindo deste primeiro passo, o médico poderá solicitar os exames complementares que considere mais oportunos para confirmar o diagnóstico e delinear um plano terapêutico.

ECG

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O registo da actividade eléctrica do coração (electrocardiograma ou ECG) é de grande utilidade na doença coronária, porque o estudo do traçado electrocardiográfico obtido permite identificar diversas alterações características de uma oxigenação inadequada do tecido miocárdico ou de uma lesão resultante da falta de irrigação sanguínea. Por isso, costuma ser o primeiro exame solicitado pelo médico quando o paciente lhe refere os sintomas típicos, embora os resultados obtidos e as condições em que o estudo é praticado costumem ser diferentes, caso se trate de um enfarte ou de uma angina de peito.

Em caso de enfarte, a necrose de um sector do coração e a cicatriz que se forma na zona provocam modificações no traçado do electrocardiograma, as quais permitem avaliar com bastante precisão a localização e a extensão da lesão. Além disso, ao longo da fase aguda da evolução, a realização de um registo electrocardiográfico contínuo, enquanto o paciente está internado, conhecido como monitorização electrocardiográfica, permite controlar a evolução do processo e detectar de imediato qualquer alteração do ritmo cardíaco que surja como complicação.

Em caso de angina de peito, a situação é diferente, pois o estudo da actividade eléctrica do coração apenas pode evidenciar o sofrimento do miocárdio devido à inadequada oxigenação nos momentos críticos, já que uma vez superados não restam lesões residuais que possam ser observadas na amostra, ou seja, mesmo

que o estudo possa oferecer dados.

úteis ao longo de um episódio de dor, entre as crises não mostra alterações evidentes. Por isso, para confirmar o diagnóstico pode ser necessário efectuar um electrocardiograma de esforço ou um exame de Hotter, através de um aparelho portátil que o paciente mantém ligado durante 24 a 48 horas, enquanto realiza as suas actividades normais.

Coronariografia

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Este exame é efectuado para poder identificar estenoses ou obstruções nas artérias coronárias que resultam da doença coronária. Trata-se de um estudo radiográfico efectuado após se injectar, no interior das artérias coronárias, uma substância de contraste aos raios X, que reflecte nas imagens obtidas a presença de placas de ateroma, de estenoses e de oclusões arteriais.

Para efectuar o exame, em primeiro lugar, é preciso proceder a um cateterismo, ou seja, à introdução de uma cânula flexível através de uma artéria periférica (por exemplo, a femoral), até alcançar o ponto em que as artérias coronárias surgem da aorta. Este procedimento efectua-se sob anestesia local na zona onde se pratica a incisão para introduzir o cateter, ao nível da virilha, quando se trata da artéria femoral, e segundo as estritas condições de assepsia para prevenir qualquer contaminação, não provocando grandes incómodos ao paciente, que é previamente sedado.

Após se ter posicionado o cateter, injecta-se a substância de contraste, que circulará pelo interior das artérias coronárias, efectua-se uma sequência rápida de radiografias ou filma-se até uma película (cineangio-coronariografia). As imagens obtidas são suficientemente claras para de terminar se uma ou mais artérias coronárias apresentam estenoses ou se estão obstruídas, uma informação muito valiosa para planificar o tratamento.

Gamagrafia  do coração

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Este estudo é efectuado mediante a injecção de determinadas substâncias radioactivas, denominadas radioisótopos, que têm uma afinidade específica com o tecido cardíaco. Estes radioisótopos chegam através da circulação sanguínea ao coração, onde são captados pelas células musculares. A medição das radiações gama emitidas pelos radioisótopos, efectuada com um aparelho detector especial e transmitida para um computador que a traduz em imagens e diferencia por tons, permite determinar se algum sector do miocárdio está privado de circulação, como acontece em caso de enfarte, e neste caso pode-se definir com muita exactidão a localização e a extensão da lesão.

Informações adicionais

Análises ao sangue

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As análises ao sangue são úteis para confirmar o diagnóstico de enfarte do miocárdio e também para acompanhar a sua evolução durante a fase aguda. As células miocárdicas lesionadas libertam para o sangue enzimas específicas presentes no seu interior, que deste modo servem de "marcadores" para identificar danos. Habitualmente, são efectuadas várias análises ao sangue ao longo das horas seguintes ao enfarte e dias seguintes, já que assim é possível avaliar a gravidade da lesão durante o período agudo e a sua evolução ao longo do tempo. Os resultados destas análises constituem um dos parâmetros utilizados pelo médico para determinar se a fase crítica já foi ultrapassada.

Para saber mais consulte o seu Cardiologista ou o seu Cirurgião Cardiotorácico
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