Amamentação: algumas ideias-chave

A amamentação é um tema muito vasto pois tem várias implicações a nível da mulher e da criança. Assim, hoje vou-me ficar por algumas “dicas” que acho mais importantes para as mães de “primeira viagem”, já que é difícil dar de mamar. De referir que estes conselhos são baseados nos meus conhecimentos enquanto profissional de saúde mas igualmente (e se calhar até de forma mais vincada) pela minha experiência pessoal – amamentei os meus príncipes nos primeiros 6 meses de vida em exclusivo e tive o privilégio de poder manter a amamentação por mais uns meses, recorrendo também ao armazenamento do meu leite.

1ª Dica: Dar de mamar de 3/3h.

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Sobretudo no 1º mês de vida é essencial cumprir esta “regra das 3h” – no máximo o nosso bebé pode ficar 3h sem comer, a contar da hora de início da amamentação com leite materno, quer de dia quer de noite… o que é muito custoso para nós, porque o parto é recente e temos um pequeno e maravilhoso ser que nos esgota o corpo (e muitas vezes a mente). Mas cumprir as 3h permite uma estimulaçãoadequada e abre o caminho para uma amamentação segura. E se o bebé estiver a dormir? Pois bem, acorda-se para dar de mamar… também podemos dar de mamar com ele a dormir e ver se ele pega (muitos são os bebés que mamam mesmo a dormir). Aqui, o ditado “dormir é meio sustento”, não serve.

2ª Dica: Dar todo o leite de uma mama de cada vez.

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A cada mamada, o leite inicial serve para hidratar, repor os níveis de açúcar e fornecer proteínas, sendo por isso mais aquoso. À medida que o bebé se vai alimentando, o leite torna-se mais espesso por se tornar rico em gordura para que o nosso bebé possa ganhar peso, crescer e ficar satisfeito. Assim, só devemos oferecer a “2ª mama” se após o esvaziamento da primeira, o bebé ainda tiver fome ou se tivermos dúvidas se ele se comeu o suficiente. Não esquecer que na mamada seguinte devemos começar pela mama onde o bebé mamou menos.

3ª Dica: Pôr o bebé a arrotar sempre – sim ou não?

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Ambos. Ou seja, depois de mamar, deve-se elevar o bebé (sentado ou ao colo), mas não é preciso ficar “1h à espera” do dito “arrotito”. Se passados uns minutos não acontecer, podemos deitar o bebé. Provavelmente, algum tempo depois ele vai-se “queixar” ficando mais agitado e nessa altura voltamos a pegar-lhe para ter o nosso tão desejado arroto. Mas nem todos os bebés precisam de arrotar sempre, e não há nenhum problema.

E hoje ficamos por aqui. Apesar de o aleitamento materno ser o melhor que podemos dar aos nossos príncipes e princesas, (e devemos tentar por o conseguir), às vezes não se consegue uma boa amamentação… e isso não deve ser um fator de ansiedade para a mãe. Enquanto se conseguir amamentar, ótimo, mas não devemos deixar-nos levar pelo extremismo da obrigação em amamentar, tão apregoada e muitas vezes prejudicial para a saúde emocional da mulher e vínculo entre a mãe e o bebé. Da mesma forma, a opção por não querer amamentar é igualmente lícita e uma decisão individual da mulher, no máximo, uma decisão do casal. Não é o facto de amamentar ou não que faz de nós melhores ou piores mães. O que interessa é o bem-estar do bebé.

Até breve,

Brenda, Mãe de dois Príncipes e Médica de Família

*Artigo de opinião de maio de 2015 no Blog - The Cute Mommy.

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