Estudo observacional, transversal e descritivo, com componente analítico, no qual avaliámos a qualidade técnica dos registos de medicação prolongada nos idosos de quatro unidades de cuidados de saúde primários da região norte, antes e após uma intervenção. Nesta, efetuámos formação de boas práticas de registo aos médicos e promovemos a utilização do guia de Medica- ção Prolongada aos profissionais e utentes.
Avaliámos 388 registos de 33 médicos. A categoria ideal, ‘Medicação apropriada e posologia presente’, aumentou de 23,5% para 48% (p < 0,001). As restantes categorias ‘Medicação inapropriada’ e ‘Medicação apropriada e posologia ausente’ diminuíram de 16,7% para 7% (p = 0,006) e de 59,8% para 46,0% (p = 0,02), respetivamente. As variáveis condição de orientador de formação, local de trabalho, anos de Medicina Geral e Familiar e percentagem de idosos, apresentaram diferenças com significado estatístico no início do estudo, no entanto após a ‘intervenção’, apenas a percentagem de idosos continuou a apresentá-las.
Neste estudo, os médicos aderiram à proposta de mudança, independentemente da idade, género, condição de orientador de formação, local de trabalho e anos de Medicina Geral e Familiar. Consultas mais prolongadas na população idosa poderão ter impedido alcançar a melhor categoria de registo.
Este trabalho original mostra que é necessário implementar medidas periódicas de formação pós-graduada para manutenção de registos médicos atualizados.
* Artigo publocado na Acta Médica Portuguesa