Existem várias formas de classificar as Dores de Cabeça (cefaleias), mas a forma mais comum é dividi-las em Cefaleias Primárias e Secundárias.
As Cefaleias Primárias compreendem a Enxaqueca e a Cefaleia de Tensão, entre outros tipos menos comuns de cefaleias. As Cefaleias Secundárias são as dores de cabeça que surgem associadas a outras doenças (nomeadamente Meningite, Neoplasias, Arterite Temporal e Glaucoma, entre outras).
Os tipos mais comuns de Cefaleias Primárias são:
Cefaleias de tensão
Enxaquecas (Migraine)
Cefaleias em Salvas (Clusters)
Um dos tipos mais comuns de cefaleias, caracteriza-se por dor constante, em faixa, que circunda a cabeça e que surge muitas vezes associada ao cansaço e ao stress do dia-a-dia. É uma dor inicialmente “surda” mas que pode agravar e causar grande desconforto ao doente. Atinge a maioria da população em algum ponto da vida, mas continua a ser uma causa substimada de absentismo laboral. A sua origem é ainda desconhecida, mas acredita-se que seja provocada por por múltiplos factores, nomeadamente contracção muscular dos músculos da cabeça e pescoço juntamente com a desregulação de dos chamados “centros de dor” no cérebro.
Este é talvez o tipo de Dor de Cabeça mais incapacitante na população em geral. É caracterizado por uma forte dor, geralmente unilateral, em pontada e pulsátil. As pessoas com Enxaqueca queixam-se frequentemente de dor incapacitante e procuram, em crise, locais escuros e sem barulho. Este tipo de cefaleia atinge maioritariamente a população na idade adulta, entre os 25 e os 55 anos e é mais comum no sexo feminino. As Crises de Enxaqueca podem ser com ou sem “aura” (sensação de distúrbio visual, por exemplo “ver luzinhas”; fotofobia; náuseas e/ou vómitos; vertigens; e até mesmo alterações do estado de consciência, como confusão mental ou desmaio).
Este é um tipo menos comum de Dores de Cabeça, mas que atinge algumas pessoas da nossa população. Manifesta-se por dores muito intensas, recorrentes, que podem chegar a durar semanas ou meses. Muitas vezes a dor é retro-orbitária e incapacitante. Seguidamente a um período de crise, podem passar-se meses/anos sem outra manifestação. Se, pelo contrário, se mantiverem os episódios de dor, deve colocar-se a hipótese de se tratar de uma cefaleia crónica e deve ser procurado o auxílio do Médico Assistente.
Cefaleia Sinusoidal (associada aos Seios Perinasais); Cefaleia SUNA/SUNCT; Cefaleia Crónica Diária e Hemicrania Paroxística.
Antes de mais há que evitar os factores desencadeantes:
- Stress, ansiedade, excesso de trabalho, etc.
- Determinados alimentos: glutamato monossódico (presente em alguma da comida Chinesa); álcool; queijos e alimentos ricos em nitratos (nomeadamente alimentos fumados).
- Alterações dos ritmos circadianos: períodos de férias ou fins de semana podem ser disruptores no nosso habitual ritmo e causar episódios de cefaleias.
- Fazer exercício físico moderado. Um exemplo é o Yoga, que auxilia não só a ganhar elasticidade e força física mas que ensina a controlar os diferentes tipos de respiração (nomeadamente a respiração abdominal) e pode auxiliar na prevenção das cefaleias recorrentes.
Se sofrer de Dores de Cabeça persistentes deverá, em primeira instância, consultar o seu Médico Assistente. Ele será a pessoa certa para o aconselhar relativamente ao tratamento e prevenção do seu tipo específico de cefaleia. Em casos crónicos ou mais graves poderá ser necessária a intervenção de um Neurologista ou mesmo de um Neurocirurgião, dependendo do tipo de cefaleia e dos seus factores desencadeantes. A dor de cabeça ocasional é muitas vezes tratada em casa, com medidas de alívio simples, como procurar descansar e evitar estímulos (luz forte, determinados alimentos, stress, etc.)
BIBLIOGRAPHY
1. Harrison’s – Principles of Internal Medicine. 17ª Edição, McGraw-Hill Companies, Inc.
2. The Doctors Book of Home Remedies for Preventing Disease, 1999, Rodale, Inc. Tradução portuguesa por Ana Maria Pinto da Silva. 2ª Edição (Set. 2014).
3. Clinical Neuroanatomy. Richard S. Snell. Lippincott Wiliams & Wilkins, 2010.