O cancro oral é definido pela Classificação International de Doenças pelo conjunto de tumores malignos que afetam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta, incluindo amígdalas e faringe.
Aparece com maior frequência no pavimento da boca ( mucosa por baixo da língua ), bordo lateral da língua e palato mole ( zona mais posterior do céu da boca ).
Os carcinomas da cavidade oral podem surgir como uma mancha geralmente branca ou avermelhada, como uma massa mais ou menos endurecida ou como uma úlcera que não cicatriza. Na sua fase inicial, estas lesões não são dolorosas. Outros sinais e sintomas que poderão surgir são a disfagia ( dificuldade em deglutir ) e linfoadenopatias ( gânglios linfáticos aumentados ).
O cancro oral é o 12º mais comum na população portuguesa, sendo o 6º mais comum nos homens portugueses logo atrás dos cancros da próstata, colo-retal, pulmão, estômago e bexiga. O doente tipo com cancro da cavidade oral é o indivíduo do sexo masculino acima dos 60 anos, com hábitos de consumo de tabaco e álcool. Apesar deste perfil se manter atual observa-se um aumento do número de casos em homens mais novos, nomeadamente com idade inferior a 45 anos de idade, assim como nas mulheres.
Os principais fatores de risco são o consumo de tabaco e álcool. Os fumadores apresentam um risco 5 a 7 vezes superior de desenvolver a doença, quando comparados com indivíduos não fumadores.
A taxa de sobrevivência encontra-se muito aquém do desejado, sendo aproximadamente 50% a 5 anos. Isto deve-se ao fato de a maioria dos tumores da cavidade oral serem diagnosticados tardiamente. O tratamento dos tumores da cavidade oral diagnosticados atempadamente tem taxas de sucesso muito elevadas. Também é preciso ter presente que o tratamento do cancro oral é essencialmente cirúrgico, com recurso também à radioterapia. O atraso no diagnóstico para além de diminuir a hipótese de sobrevivência altera substancialmente a qualidade de vida dos doentes por limitar a mastigação, a deglutição e a fonação.
Em conclusão, o cancro oral está associado a índices de mortalidade elevados, a grande maioria das vezes devido ao diagnóstico tardio, o que faz da prevenção a nossa melhor arma para o combater.
Esta prevenção passa fundamentalmente por adoptar um estilo de vida saudável, não fumar, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, consumir regularmente vegetais frescos e fruta e visitar regularmente o médico dentista.